sexta-feira, 26 de junho de 2009

fora sarney


Simon pede afastamento de Sarney da presidência do Senado.
Segundo Simon, Sarney precisa deixar o cargo em nome de sua própria história.

- O presidente Sarney tem que se afastar da presidência. Ele deve se afastar desse processo para o bem dele, da família dele, da sua história e do Senado. Isso não significa uma autoculpa. Pelo contrário, representa um ato de grandeza. É melhor deixar a presidência antes que sua situação fique totalmente insustentável - disse Simon, rebatendo a declaração de Sarney, que afirmou, no início da semana, não ter sido eleito para limpar as lixeiras do Senado.

As novas denúncias que surgiram nesta quinta-feira contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reforçam a tese de afastamento, segundo senadores ouvidos pelo Sitio Terra.


A edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo aponta que o neto de Sarney, José Adriano Cordeiro Sarney, faria parte de um esquema irregular de crédito consignado pelo Senado, sendo inclusive investigado pela Polícia Federal.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que, no decorrer da semana, já havia sugerido que Sarney de licenciasse do cargo, afirmou, diante das novidades, que a situação torna ainda mais urgente uma providencia neste sentido por parte do presidente.

"Isso confirma a minha sugestão de que o presidente Sarney deve se licenciar. Não podemos julgá-lo por denúncias de jornais, mas também não podemos tê-lo como presidente do seu próprio julgamento", disse.

Fontes ligadas a Sarney asseguram, no entanto, que o presidente acredita que a crise vivida pelo parlamento brasileiro é a mesma observada em outros países e é fruto de um "amadurecimento da democracia". Estando "consciente de seu papel histórico", Sarney jamais se afastaria do cargo por causa de denúncias de jornais.

Mas, para Cristovam, esta é uma visão equivocada. "O presidente já teve cargos tão mais importantes na vida que não está conseguindo ver a real dimensão da crise. Isso acontece com pessoas que ocupam cargos menores do que já ocuparam antes, existe essa tendência de menosprezar a crise", afirma.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) concorda que enquanto as denúncias continuarem o ideal é o presidente se afastar. "A cada dia que passa se torna mais claro que o presidente tem que se afastar. Ele deve sair espontaneamente, sem ter necessidade de surgir um movimento nesse sentido. Ele deve se afastar e deixar que as coisas sejam coordenadas por alguém que tenha mais isenção e que não esteja todo dia nas capas dos jornais", disse.

Já o líder do DEM, José Agripino Maia (RN), acredita que por mais graves que sejam as denúncias, o presidente tem tomado medidas para conter a crise, atendendo a pedidos das lideranças da Casa.

"Vejo com muita preocupação essa sucessão de denúncias. Cabe ao Senado defender acusações que atingem a instituição, agora as denúncias contra o parlamentar, cabe a ele dar as explicações. Ele tem tomado as decisões corretas e atendido aos apelos dos líderes, mas esta onda interminável de denúncias tem que acabar", disse.

"Ato humanitário"
Apesar da má repercussão da notícia de que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), abriga uma funcionária em um prédio restrito a senadores, fontes ligadas a ele esclareceram nesta quinta-feira que tal atitude foi um "ato humanitário" praticado pelo presidente.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a servidora Valéria Freire dos Santos mora a quatro anos num imóvel localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores em Brasília.

Mas pessoas próximas ao presidente explicam que a servidora só foi abrigada na casa do zelador localizada no térreo do prédio porque ela teria vivido uma "trágica história" depois que seu marido foi assassinado dentro da residência onde ela vivia com os dois filhos numa cidade satélite próxima a Brasília.

Diante do drama e da dificuldade da família em ter que voltar para a casa onde o pai havia sido assassinado, Sarney teria tomado a iniciativa de oferecer-lhes o apartamento.

Redação Terra

Um comentário:

  1. José Nery pede criação de CPI para investigar atos secretos no Senado
    O senador José Nery (PSOL-PA) pediu há pouco a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos secretos praticados no âmbito administrativo do Senado nos últimos 15 anos, assim como os contratos assinados pela Secretaria de Recursos Humanos relacionados a empréstimos consignados para os funcionários da instituição.

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